Dietas populares. Quem nunca caiu nesse “conto” de sereia?

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Basta o verão se aproximar e parece que todo mundo entra em dieta.
E o pior é que não sabemos se isso é voluntário ou um “movimento de manada” impulsionado pela avalanche de informações que recebemos de todos os lados.
Consumimos toda essa informação na expectativa de ser nesse ano que, finalmente, a dieta milagrosa irá surgir e resolver para sempre nossa batalha com a balança.

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Somos afogados em milhões de informações, pesquisas, artigos de revistas e jornais.
Vende-se a ilusão de que basta força de vontade para que qualquer um consiga emagrecer.
Parece uma conta simples, diminua o consumo calórico e aumente o gasto energético e “zás-trás”, você emagreceu.
Agora pense bem, se fosse tão simples assim, o que explicaria o fato de que a obesidade se tornou um problema de saúde púbica no mundo todo?

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Se bastasse essa equação, por que cientistas do mundo inteiro dedicam anos de estudo e pesquisas para entender o por quê de as pessoas estarem cada vez mais obesas?
Por que você , que já fez incontáveis dietas, continua com o mesmo problema (peso)?
Por que algumas pessoas (poucas) conseguem emagrecer e você não?

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A resposta primordial a essa questão é que nossa relação com a comida envolve mecanismos muito mais complexos do que simples relações fisiológicas.
Comemos com todos nossos sentidos, nosso olfato, nossa visão, nosso tato e nosso paladar.

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Muitas vezes comemos não porque estamos com fome mas sim porque aquela fatia de bolo, aquela porção dourada e crocante de batata frita, aquela coxinha no balcão, é simplesmente irresistível.
E mais importante que tudo isso, comida envolve afeto, aconchego e conforto.

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Envolve compartilhamento e emoções.
Comemos quando estamos felizes, mas também comemos quando estamos tristes e deprimidos.
Comer algo gostoso é uma forma de nos “abraçarmos por dentro”.
E não há nada de errado nisso, é simplesmente natural.
Mas o verão está chegando e você só consegue imaginar como você ficará no biquíni quando for à praia.
Sinceramente?
Você está preocupado/a em como você ficará no biquíni aos seus olhos ou aos olhos dos outros?
Pense bem sobre isso. O corpo é seu e somente você tem o direito de definir se você está ou não confortável com ele.

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Agora que tudo isso foi “dito” e você ainda está aqui, ksksksks, vamos ver quais são as dietas mais populares e quais as mais saudáveis.
A diferença fundamental entre elas é que quanto mais saudável e equilibrada for a dieta, mais fácil será mantê-la a longo prazo, pois seu resultado será uma mudança de estilo de vida que irá influenciar tanto a perda de peso quanto a manutenção da saúde.
Vejamos primeiro o que exatamente leva ao ganho de peso.
Comer muito, dirão vocês.
Isso não é tão óbvio quanto parece.
O volume de alimentos que comemos é tão importante quanto a qualidade desses alimentos.
A genética de cada indivíduo influencia tanto no ganho de peso, muito mais rápido, quanto em sua perda, muito mais lento. É um fator complicador, mas não determinante.
Além desses fatores, recentemente descobriu-se que pessoas que dormem menos tem uma tendência maior ao ganho de peso. Saiba mais Sleep and obesity
Para entender de forma didática por que uma caloria é muito mais do que somente uma caloria, visite essa página Calorie fixes, você ficará chocado.
Agora veja a listas das 7 dietas mais populares para perda de peso, seus prós, contras e a opinião de especialistas a respeito delas
Clicando nos links do post você será direcionado a páginas específicas de cada dieta ou a páginas de nutricionistas que as comentam.
Agora, vocês já se perguntaram como alguém pode afirmar que isso funciona melhor do que aquilo e se essas conclusões são de fato confiáveis?
Ninguém, individualmente, pode fazer essas afirmações, somente instituições sérias de pesquisa podem fazê-las.
Universidades, centros de saúde e entidades governamentais são as mais confiáveis fontes de informação para esse tipo de dados. Obs: você só precisa se certificar de que essas pesquisas não estejam sendo financiadas por empresas que tenham interesses comerciais em um resultado em detrimento do outro. Exemplo? Você nunca vai ver a Néstle financiando uma pesquisa cujo enfoque seja os benefícios do aleitamento materno para a saúde das crianças…
Vejam abaixo o resultado de 2 grandes pesquisas conduzidas nos Estados Unidos visando a comparação do resultado de diversas dietas para a perda de peso.
- DIETFITS é uma pesquisa realizada por 12 meses, com 609 adultos de faixa etária variável, com sobrepeso ou obesidade.
Seus objetivos foram:
- comparar dietas pobres em gordura com dietas pobres em carboidratos.
- estudar a composição genética e física dos participantes que, supostamente, poderiam interferir na perda de peso.
- verificar como uma mudança de estilo de vida influencia na perda de peso.
Além da dieta os participantes receberam as seguintes recomendações:
- coma tantos vegetais quanto possível
- escolha alimentos integrais nutritivos de alta qualidade e limite qualquer coisa processada
- preparar sua comida comida em casa
- evite gorduras trans, açúcares adicionados e carboidratos refinados.
Ambos os grupos acabaram consumindo de 500 a 600 calorias a menos por dia e ambos perderam a mesma quantidade média de peso ao longo de um ano.
O estudo também comprovou que composições genéticas e físicas também não produziram diferenças substanciais na perda de peso.
A conclusão foi de que somente uma mudança realista no estilo de vida das pessoas é capaz de levar a uma perda de peso consistente.
- The A TO Z Weight Loss Study acompanhou 300 mulheres obesas e com sobrepeso por 12 meses enquanto seguiam 4 diferentes dietas.
A conclusão foi de que dietas com baixo teor de carboidratos e alto teor de proteínas são mais eficazes para perder peso.
Mas há riscos sérios envolvidos na adoção de uma dieta a base de proteínas: Os riscos de dietas ricas em proteínas e carboidratos
Agora vamos imaginar que você perdeu o excesso de peso e teme que, ao deixar a dieta, volte a engordar.
Pois os cientistas foram atrás desses dados também.
- Changes in diet and lifestyle and long-term weight gain in women and men. O estudo envolveu 800 pessoas, homens e mulheres com sobrepeso por 26 semanas, mais ou menos 6 meses.
O estudo se dividiu em 2 fases:
- 1ª fase: perda de 8% do peso corporal com uma dieta bastante restrita em termos de carboidratos, low carb, de curta duração;
- 2ª fase: as 800 pessoas fora divididas em 5 grupas e cada grupo seguiu uma dieta diferente;
Resultado? Pessoas que seguiram uma dieta com alto consumo proteico e baixo consumo de carboidratos foi capaz de continuar perdendo peso por mais tempo e manter essa perda no longo prazo.
IMPORTANTE:
- Uma dieta protéica não uma dieta carnívora. Você pode ser vegetariano, vegano ou crudívoro e ainda assim ter uma dieta protéica. Estão aí as leguminosas a sua disposição.
- Uma dieta low carb não significa não consumir legumes, frutas ou verduras. Significa não consumir açúcares, farinhas refinadas e alimentos processados.
- Observem os dados das pesquisas: as pessoas levaram entre 6 meses e 1 ano para perder algo entre 4 e 6 quilos e elas estavam sendo acompanhadas por médicos, cientistas, preparador físicos e todo o aparato necessário para seu sucesso. Estou dizendo isso para desanimar você? Não, estou dizendo isso para mostrar o quanto é ilusório acreditar que se pode fazer esse tipo de mudança sem um projeto de longo prazo. Esqueça o Projeto Verão e foque em um Projeto de Vida.
Últimas notícias sobre dietas protéicas, dia 16/08/2018, ou seja, de ontem.
- ARTICLES|ONLINE FIRST PDF [532 KB] Figures Save Share Reprints Dietary carbohydrate intake and mortality: a prospective cohort study and meta-analysis
- Dietas low carb, com restrição de carboidratos, reduzem expectativa de vida, indica estudo
- Dietas com nenhum ou muito carboidrato são igualmente ruins para a saúde
- Consumir moderadamente hidratos de carbono ajuda a viver mais
Algumas dicas fáceis de seguir e muito úteis na hora de adicionar mais qualidade e nutrientes a qualquer dieta.
Alguns posts da Cozinha Sincera sobre dietas e saúde:
- O QUE É A HIPÓTESE LIPÍDICA E POR QUE ISSO É UM PROBLEMA PARA VOCÊ
- 6 PERGUNTAS ANTES DE INICIAR UMA DIETA 28/01/2018
- 10 ATITUDES PARA MELHORAR A QUALIDADE DE SUA ALIMENTAÇÃO EM 2018 30/12/2017
Espero ter ajudado.