Viver em um país com a extensão territorial do Brasil e com sua formação étnica e cultural nos proporciona experiências, às vezes, surrealistas.
Nasci no Paraná e, depois de viver em outros estados, moro hoje no Rio de Janeiro.
De uma forma ou de outra, sempre ouvi falar do Dia de São Cosme e Damião.
Vi pessoas dando doces para as crianças na rua muitas vezes ao longo desses anos mas nunca, nunca mesmo, tinha presenciado esse dia com a intensidade com que vi hoje.
Ao longo de uma grande avenida vi grupos e mais grupos de crianças, ás vezes dez outras vezes vinte ou trinta recebendo doces.
Sacos e mais sacos de doces até o ponto de, no final do dia, precisarem de sacos imensos para poderem levar para casa.
Observar essas festas populares sempre nos faz pensar no sincretismo cultural que amalgamou a nossa sociedade.
O uso que um povo subjugado e oprimido faz das referências culturais que lhe são impostas, a forma com que as consome e subverte transformando-as em uma nova cultura, nos faz pensar que o tempo de uma vida não é nada para o tempo da História.
Foi esse momento que inspirou essa receita. Observem que não é comum verem aqui o uso de corantes artificiais ou produtos industrializados, mas achei essa receita do blog A culpa é das bolachas perfeita.
Só por ser doce não quer dizer que tem que ser pouco saudável.